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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Liberdade

Mais do que a passagem de um regime ditatorial para uma democracia, o 25 de Abril de 1974 simboliza o término de todas as mortes, torturas e prisões provocadas por leis sem sentido e praticadas por uma polícia secreta; o final de uma guerra sem sentido que nem devia ter começado por razões óbvias; a libertação de um povo reprimido.
Eu imagino o Estado Novo como imagino a Idade Média, num ambiente escuro, povo liderado por tiranos retrógrados e criminosos, sociedades baseadas na religião em que a ignorância é sagrada. Não podes dizer o que pensas, nem pensar o que pensas, porque simplesmente não pensas, segues.
Hoje em dia, jovens como nós que nasceram depois desta data, não têm noção das diferenças entre as duas épocas, mas temos a certeza que podemos levantar a nossa voz em protesto, temos a possibilidade de ser do contra, crítico, céptico em relação a tudo na nossa vida. Nós temos o direito à nossa liberdade, cada um usa-a como bem entender, é livre.

2 comentários:

  1. Não me parece que tenhamos passado para uma democracia, isto parece-me, sim, uma ditadura mascarada.

    Há liberdade, okay, é bom. Mas não podemos andar por aí a abusar disso. É só a minha opinião.
    É como filhos mal comportados, se lhes damos tudo, eles ficam ainda piores..

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  2. Acho que lá está, esse é o lado negativo da coisa. Agora temos toda a liberdade (num sentido figurado, que acho que a nossa liberdade é manipulada) e, comparado com aquela altura, a época é um 8 e nós somos um 80, não num mau sentido que somos 80. Se tivermos em atenção a marcação temporal do Estado Novo, uns 40 anos, que é metade da vida de uma pessoa, os tempos não eram tão vincados. As pessoas não sentiram uma diferença de um pré-Estado Novo. A diferença está num pós-Estado Novo. Essa é a diferença que todos falam. Mas temos que também ter um enquadramento do que se passou, foi outra época e, acho que é errado da nossa parte julgar tudo tão preto no branco. Porque se formos a observar, pelo menos pela minha experiência, quem conheço que viveu no Estado Novo, não se queixa dessa altura, não têm grandes comentários. Enumeram grandes diferenças, as pessoas nao se podiam reunir e, isto agora é liberdade de concentração de pessoas. Mas, enumeram, não criticam como se tivessem sofrido desalmadamente por isso. Quem sofreu sim, foram os prisioneiros, os torturados, esses sim. Esses quiseram dar uma revolta no país, mas não é como se fossem recuperar a liberdade, a questão era mudar os comportamentos, atribuir mais direitos as pessoas. Isso é diferente. Mas o quadro pintado, é sempre que viveram em total opressão. Antes os professores davam réguadas aos alunos, hoje em dia isso seria destruir uma carreira no ramo do ensino. É uma evolução e, isso é diferente de revolução. Liberdade, podem aclamar os Judeus, que esses sim foi-lhes retirado tudo, foram oprimidos, executados.
    A questão é que tudo tem de ser visto de uma perspectiva temporal abrangente e, não restrita. E, acho que esse é o maior erro tomado no que toca ao 25 de Abril.

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