Tema Actual
100 anos de república em Portugal

sábado, 16 de maio de 2009


O sol não tardava a chegar, as nuvens encobertas rompiam-se por entre gargalhadas murmuradas de condensação. Raiavam as primeiras notas da manhã, enquanto revirava os olhos sem norte. O calor era leve e irrequieto, a brisa era persistente e alegre. Comportava-se como uma criança numa parque de diversões: de lábia doce e, sorrisos inocentes. O dia decorria vazio, com pequenas concentrações de palpitações, a temperatura mantinha-se estática, a uma intensidade melodramática, prestes a quebrar mas de manutenção moderada. Recortei as palavras mortas, colei os sorrisos e movimentos em pedaços soltos e preenchi as respirações com músicas e suspiros falíveis. O mundo satisfazia-se com pouco, festividades e seguranças estendiam-se pelas ruas, em grandes e pequenas manobras, de falibilidade redonda e desengonçada. No entanto, a música tocava ainda mais alto e ao mesmo tempo leve, em pés de veludo os movimentos voavam, a confusão era controlada e revirada, a determinação era deixada ao acaso visual e, ali continuava o sonho, ao fundo de um olhar, que apenas derretia o dia. Era mais um dia perfeito. O sol passeava-se nas ruas e, um som estridente reluzia no ar e, apreendia olhares e gargalhadas. O céu era mais alto, mas não estávamos muito longe.
Afinal.
Hoje casei-me.

Fotografia por moi meme.
Desde já as desculpas por não ter escrito ontem. Nem vim a casa, não deu mesmo.

Engraçado, agora que estou a pensar. Ontem era o meu dia de escrever sobre o estado do tempo e não me lembro de ter olhado sequer para o céu. Devia estar nublado mas mesmo assim um pouco abafado de vez em quando. Só naquela do tira casaco, veste casaco. Gosto tanto dessa temperatura quando está frio de t-shirt mas fica calor com algo por cima. Adoro mesmo. Não tenho noção da temperatura que esteve durante o dia, mas é com certeza qualquer coisa com dois dígitos.

O que o vosso amigo gosta é de um dia cheio de sol com céu limpo, sem estar muito calor. É das melhores coisas da vida, sair à rua e olhar para um céu completamente azul. Lindo. Vamos todos à praia!

Agora off-topic, fiquem com a nova obra de bloodyoctopus ex-membro deste bonito e inteligente blogue. O seu nome é Abílio e ele anda por aí. Tenham medo, muito medo!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Faça chuva ou faça sol...

Antes de mais peço desculpa por não ter postado ontem, mas foi-me impossível.

Vou falar um pouco sobre o tempo ideal para mim.
Gosto dos dias com pouca luz, um pouco nublados, mas com nuvens brancas,
onde apenas se sente uma ligeira brisa. Dias em que está frio (ou calor) suficiente para me aguentar com uma tshirt e uma camisola de algodão de manga comprida por cima da outra.

Vá, algo do género do que está aqui em cima.



Dia 13-Maio-2009:

14h19:
Lisboa - Nublado - 19º
Azeitão - Sol - 20º

15h19:
Lisboa - Nublado - 19º
Azeitão - Sol - 21º

16h59:
Lisboa - Sol - 20º
Azeitão - Sol - 19º

18h36:
Lisboa - Sol - 20º (não sei porquê, fui ao terraço, e estava tudo nublado)
Azeitão - Nublado - 18º

19h28:
Lisboa - Sol - 19º
Azeitão - Nublado - 18º

20h15:
Lisboa - Nublado - 18º
Azeitão - Nublado - 17º

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Retirei estas informações da mini-aplicação das temperaturas, da barra lateral do Windows.

Vamos tirar conclusões.

Lisboa, sol: Okay, existe. E às vezes muito forte.
Mas outras vezes é difícil distinguir uma nuvem natural, de uma nuvem de smog!

Azeitão: Para mim está sempre bom tempo, às vezes podia estar menos vento ou humidade à noite.

Relativamente à temperatura, depois de almoço, a temperatura esteve mais alta em Azeitão do que Lisboa, a partir das 18h, começou a ficar mais nublado e frio em Azeitão.


Escolhi Lisboa, porque era onde estava, e Azeitão que é para onde vou aos fins de semana...



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Mas o que eu gosto mesmo, é de poder estar à noite, de t-shirt, na rua.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Estado do Tempo


Estado do Tempo nasceu em Lisboa, a 16 de Setembro de 1837.

Reconhecido príncipe real e sucessor da coroa de Portugal pelas Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes, em sessão de 26 de Janeiro de 1838; sucede a sua mãe em Novembro de 1853; até à sua maioridade governa o seu pai como regente. É aclamado rei aos 18 anos e presta juramento perante as cortes Gerais. Dois anos antes de começar a governar, começa uma série de viagens pelo estrangeiro, completando assim a educação primorosa cuidada que a sua mãe sempre lhe deu.

Desde cedo mostrou inteligência fora do vulgar, uma excelente memória e uma óptima personalidade. Isto contribuiu para que durante o seu reinado se dedicasse ao progresso e ao bem-estar do país, apesar de nesta altura terem acontecido uma série de contratempos que se tornaram obstáculos às suas ideias e projectos: a morte da esposa (a Rainha Dona Estafânea), epidemias, inundações e a influência política do Duque de Saldanha. Apesar de tudo isto, o seu espírito liberal e progressista leva Portugal para a frente, especialmente na área da educação, que era, a seu ver, fundamental para que um país progredisse. Tomou tambem atenção a aspectos como a indústria, os melhoramentos públicos, a agricultura e a política internacional.

Morre trágica e prematuramente com 24 anos, a 11 de Novembro de 1861. O reino, em choque, ficou de luto pelo seu querido Rei falecido.




"Foi ele [Estado do Tempo] que aboliu por completo o beija-mão, etiqueta palaciana que era um dos restos legados pela soberania absoluta, e recusou-se a confirmar a pena de morte. Não queria ver os cidadãos, entre os quais era ele o primeiro, dobrarem o joelho na sua presença, porque essa vénia só pertence à Divindade como só a ela pertence tirar a vida aos homens. Entendia que a cerimónia do beija-mão era um acto de servilismo indigno de todo o homem que se preza, como entendia que à justiça humana unicamente compete corrigir os delinquentes, pela reclusão e pelo trabalho, para os restituir à sociedade, purificados e prestadios."


in http://www.arqnet.pt/dicionario/pedrov.html


"O terror geral era indescritível; por ordem do governo foram os jornais proibidos de darem longas noticias sobre os falecimentos, e o número e nomes das vítimas, que chegavam a ocupar diariamente muitas colunas; os enterros passaram a fazer-se de noite, observando-se a maior simplicidade, não sendo permitidas as pompas fúnebres, apenas uma sege conduzindo o morto e o padre para o acompanhar. Não sendo suficientes os hospitais que existiam, para abrigarem o número enorme de atacados, organizaram-se alguns provisórios em certos pontos da cidade; numerosas procissões de penitência percorriam as ruas, e nas igrejas todos os dias se entoavam preces. Os teatros e outros divertimentos públicos fecharam. A consternação era geral; as ruas viam-se desertas, o terror via-se estampado em todas as fisionomias. Abandonaram a cidade, indo viver para os arredores e para outras terras distantes, altos funcionários e outros empregados públicos, capitalistas, negociantes, o próprio patriarca, e no meio desta pavorosa e angustiosa situação sobressaía a figura do jovem monarca que, apesar dos conselhos de quantos o rodeavam, não quis abandonar Lisboa, e qual outro apóstolo do bem e da resignação, se dirigia aos hospitais, sentando-se junto dos leitos dos enfermos, a quem dirigia palavras de conforto e de esperança. Quando os ajudantes que o acompanhavam nestas piedosas visitas lhe pediam que não se expusesse assim tão temerariamente ao terrível contágio, respondia secamente que se tinham medo o deixassem, que ele podia ali estar só. Este acto de abnegação e caridade causou a maior impressão em toda a gente e a admiração até dos estrangeiros. Um rapaz que apenas contava 20 anos de idade, dando um exemplo tão grandioso de amor pelos que sofriam, procurando suavizar-lhes o sofrimento, ao menos animando-os com a sua presença. "


in http://www.arqnet.pt/dicionario/pedrov.html





CBA

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Viver morto? Morrer vivo? Morrer morto? Morrer morto-vivo?

Neste texto vou apenas mostrar alguns tópicos que andei a pesquisar, também alguns links que vou explicitar mas de forma reduzida.
Em curtas palavras digo que sou a favor da eutanásia, completamente, mas não é isso que me leva aqui hoje.

Primeiro, reparei numa notícia de 2008, novembro, em que o Centro de Estudos de Bioética defende os cuidados paliativos( que não vou explicar, pois já aqui foram referidos - Texto da Patrícia), não explicitam muito bem o seu ponto de vista na notícia, apenas afirmam que deverá haver uma “rápida e total implementação da rede de cuidados paliativos, certa de que a resposta a um (raro) pedido de eutanásia é a compassiva e total prestação de cuidados, de modo a que o doente terminal viva em paz a sua vida até morrer”. Penso que aqui deverá ser discutido qual o patamar e quem decide, o "viva (...) até morrer".
Link da notícia

Noutra notícia, e aí aponto para as várias tomadas de posição, pois, no fim de contas, não estamos na situação, e cada um é como cada qual, e não sabemos os sentimentos dessas pessoas, o DN, numa notícia de 2007, Outubro, relata um estudo feito pela faculdade de medicina do Porto, feito pelo serviço de biomédica e ética médica dessa universidade, neste estudo, Link da notícia, 50% dos idosos admite a legalização da Eutanásia, e a aceitação do suícidio assistido, estando a diferença dos dois, de forma simples, na existência ou não de doença, respectivamente. Não vou aqui falar das regras do estudo, mas são interessantes. Nas suas conclusões ligam este pensamento ao facto de se sentirem sós, e excluídos do mundo, para complementar este pensamento, que a meu ver está correcto, mas que não deverá ser generalizado na população estudada, Rui Nunes, o director do serviço, pensa que isto reflecte, tal como na notícia anterior, uma necessidade de melhorar, aumentar a rede de cuidados paliativos, neste ponto, de forma rude poderia dizer, BULSHIT, mas não quero ser mal educado, poderia ser irónico e pensar que todos aqueles medicamentos usados para tirar as dores e deixar as pessoas nas nuvens (aquilo que todos os jovens querem na adolescência) são amigos e companheiros destes idosos, mas vou tentar ser sério, ora bem, é simples, cuidados paliativos não são a resolução para os idosos deixarem de se sentir sozinhos ou excluídos, no máximo ficam com mais sono, poderão se rir, poderão não ter consciência do real, morrer sem dores, mas viver sem consciência, ou seja, penso que esta abordagem não foca o social e psicológico dos inquiridos, e não serve de conclusão ou resolução.

No site AidsPortugal, encontrei também algo interessante, na ligação entre os indivíduos seropositivos e a eutanásia, um caso talvez ainda mais complicado que a velhice, num estudo mais complexo, ( mais uma vez vou pedir que vejam a população estudada, a amostra, e o método no link), numa das conclusões, "estima-se que um terço das pessoas vivas com VIH-1 ou SIDA nos países desenvolvidos consideraram o pedido de apressar a morte, a qual é dez vezes mais do que entre os controlos seronegativos".
Num total de 32 entrevistas, entre 1996 e 1998, 20 disseram estar decididos a seguir a eutanásia ou o suicídio assistido, 3 disseram estar contra, e 9 mostraram-se indecisos.
As razões dadas nas entrevistas a favor da eutanásia ou suicídio assistido relacionam-se com o medo e a experiência de dois factores principais: a desintegração e a perda da comunidade, a qual os autores "definiram como uma diminuição progressiva das oportunidades para iniciar e manter relações sociais apertadas. Estes factores resultavam numa percepção de perda de eles próprios. A eutanásia e o suicídio assistido eram vistos pelos participantes como um meio de limitar a perda do "eu".
Estes autores, já relacionam este desejo de 63% dos inquiridos com factos sociais, relações, exclusão e problemas individuais, excluindo as repercussões da doença ou mesmo da sua evolução, ou seja, não é, para eles, uma questão de dor física, mas sim psicológica, e pensam que estas vontades poderão ser minoradas, através de políticas sociais, uma das limitações deste estudo foi o anonimato, pois no Canadá a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos por lei.

Existem 3 países onde a eutanásia é legal, na Bélgica, na Holanda e na Suíça, na Austrália apenas foi legal durante uns meses, em 1996, e é também legal no Oregon (USA) - Reuters
Penso que a liberdade implica cada um fazer o que quer com a sua vida, ou melhor, com o término dela, pois não penso que os suíços, os belgas, etc, sejam mais infelizes, porque dão a oportunidade às pessoas, de pensarem se querem ou não morrer, e quando o querem fazer, não pense que implique grandes estudos, não pense que implique grande alarido por parte da medicina, penso que acima de tudo é uma questão social, uma questão individual, psicológica.

Por fim gostava de apresentar este livro, ainda não li, porque não tenho, mas gostei da introdução que é dada, e como tal, eis - Estudo Jurídico da Eutanásia em Portugal - Direito Sobre a Vida ou Direito de Viver?



Sem mais nem menos.

Tema Semana 5

O estado do tempo.

Mais um tema controverso neste bonito blogue. Num blogue sobre a actualidade, que tema mais actual do que este? Todos os dias é diferente, todos os dias dá azo a uma vasta discussão, ou simplesmente um bom desbloqueador de conversa num silêncio incómodo. Portanto vamos falar disso sem complexos e tabus.

Força nesses dedos, amigos!
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