Tema Actual
100 anos de república em Portugal

terça-feira, 12 de maio de 2009

Estado do Tempo


Estado do Tempo nasceu em Lisboa, a 16 de Setembro de 1837.

Reconhecido príncipe real e sucessor da coroa de Portugal pelas Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes, em sessão de 26 de Janeiro de 1838; sucede a sua mãe em Novembro de 1853; até à sua maioridade governa o seu pai como regente. É aclamado rei aos 18 anos e presta juramento perante as cortes Gerais. Dois anos antes de começar a governar, começa uma série de viagens pelo estrangeiro, completando assim a educação primorosa cuidada que a sua mãe sempre lhe deu.

Desde cedo mostrou inteligência fora do vulgar, uma excelente memória e uma óptima personalidade. Isto contribuiu para que durante o seu reinado se dedicasse ao progresso e ao bem-estar do país, apesar de nesta altura terem acontecido uma série de contratempos que se tornaram obstáculos às suas ideias e projectos: a morte da esposa (a Rainha Dona Estafânea), epidemias, inundações e a influência política do Duque de Saldanha. Apesar de tudo isto, o seu espírito liberal e progressista leva Portugal para a frente, especialmente na área da educação, que era, a seu ver, fundamental para que um país progredisse. Tomou tambem atenção a aspectos como a indústria, os melhoramentos públicos, a agricultura e a política internacional.

Morre trágica e prematuramente com 24 anos, a 11 de Novembro de 1861. O reino, em choque, ficou de luto pelo seu querido Rei falecido.




"Foi ele [Estado do Tempo] que aboliu por completo o beija-mão, etiqueta palaciana que era um dos restos legados pela soberania absoluta, e recusou-se a confirmar a pena de morte. Não queria ver os cidadãos, entre os quais era ele o primeiro, dobrarem o joelho na sua presença, porque essa vénia só pertence à Divindade como só a ela pertence tirar a vida aos homens. Entendia que a cerimónia do beija-mão era um acto de servilismo indigno de todo o homem que se preza, como entendia que à justiça humana unicamente compete corrigir os delinquentes, pela reclusão e pelo trabalho, para os restituir à sociedade, purificados e prestadios."


in http://www.arqnet.pt/dicionario/pedrov.html


"O terror geral era indescritível; por ordem do governo foram os jornais proibidos de darem longas noticias sobre os falecimentos, e o número e nomes das vítimas, que chegavam a ocupar diariamente muitas colunas; os enterros passaram a fazer-se de noite, observando-se a maior simplicidade, não sendo permitidas as pompas fúnebres, apenas uma sege conduzindo o morto e o padre para o acompanhar. Não sendo suficientes os hospitais que existiam, para abrigarem o número enorme de atacados, organizaram-se alguns provisórios em certos pontos da cidade; numerosas procissões de penitência percorriam as ruas, e nas igrejas todos os dias se entoavam preces. Os teatros e outros divertimentos públicos fecharam. A consternação era geral; as ruas viam-se desertas, o terror via-se estampado em todas as fisionomias. Abandonaram a cidade, indo viver para os arredores e para outras terras distantes, altos funcionários e outros empregados públicos, capitalistas, negociantes, o próprio patriarca, e no meio desta pavorosa e angustiosa situação sobressaía a figura do jovem monarca que, apesar dos conselhos de quantos o rodeavam, não quis abandonar Lisboa, e qual outro apóstolo do bem e da resignação, se dirigia aos hospitais, sentando-se junto dos leitos dos enfermos, a quem dirigia palavras de conforto e de esperança. Quando os ajudantes que o acompanhavam nestas piedosas visitas lhe pediam que não se expusesse assim tão temerariamente ao terrível contágio, respondia secamente que se tinham medo o deixassem, que ele podia ali estar só. Este acto de abnegação e caridade causou a maior impressão em toda a gente e a admiração até dos estrangeiros. Um rapaz que apenas contava 20 anos de idade, dando um exemplo tão grandioso de amor pelos que sofriam, procurando suavizar-lhes o sofrimento, ao menos animando-os com a sua presença. "


in http://www.arqnet.pt/dicionario/pedrov.html





CBA

Sem comentários:

Enviar um comentário

free counters