Tema Actual
100 anos de república em Portugal

sábado, 5 de dezembro de 2009

In Público

São falsos os três extractos de conversas telefónicas alegadamente interceptadas pelos investigadores do processo Face Oculta, tendo como interlocutores o primeiro-ministro José Sócrates e o banqueiro Armando Vara, que foram postos a circular na Internet, através de emails, alguns dos quais remetidos para as redacções de órgãos de comunicação social, apurou o PÚBLICO.O documento tem duas páginas digitalizadas em formato de fotografia, que nada têm a ver com as folhas usadas para transcrições de escutas dos processos onde aquele meio de recolha de prova é utilizado. O documento apresenta várias falhas que levam a considerá-lo como falso, a começar pelo próprio timbre, que é uma reprodução das folhas usadas pelos serviços do Ministério Público da Comarca do Baixo Vouga, quando as escutas são transcritas em papel oficial da Polícia Judiciária.

Uma análise mais detalhada do documento mostra ainda que, ao contrário das peças processuais, a imagem digital difundida anonimamente na blogosfera não está numerada, como sucede com todas as folhas de um inquérito judicial. Outra lacuna a adensar a suspeita de falsificação reside na não identificação do alvo da escuta, número do respectivo telefone e da sessão a que se refere, como também é obrigatório nas transcrições oficiais.

Além disso, os diálogos alegadamente atribuídos a Vara e a Sócrates são demasiado coloquiais, quase como se fossem uma peça de teatro em que cada um dos intérpretes aguarda disciplinadamente o fim da fala do seu interlocutor, quando na realidade, numa conversa telefónica, é difícil que não ocorram atropelos nos diálogos.

O documento foi posto a circular numa altura em que se torna impossível a confirmação da veracidade do seu conteúdo em relação aos originais que contêm as transcrições dos 11 telefonemas que os investigadores da Face Oculta interceptaram, envolvendo o banqueiro e o primeiro-ministro, dado que as escutas e respectivas transcrições foram consideradas nulas pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, conselheiro Noronha Nascimento. É a este que está atribuída a função de juiz de instrução quando há escutas telefónicas em que intervenham o presidente da República, o Primeiro-Ministro e o presidente da Assembleia da República. O despacho do presidente do Supremo determinou a destruição dos suportes digitais em que estavam guardadas. - In Público

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eleições

Boas, a todos, a quem se encontra pelo Prior Velho, a quem está em Roma ou em Azeitão, à groninguesa e ao mariborense, umas boas noites, gostava de vos perguntar, em jeito de comentadores imparciais talvez, mas não necessariamente, a vossa opinião, sobre a campanha eleitoral passada, os resultados, e as perspectivas futuras, em jeito sucinto ou mais alongado, gostava que aceitassem o desafio.

Abraços sinceros.
Resultados Eleitorais

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Recomeço

Querem recomeçar a actividade regular do blog? Se sim dêem ideias para o tema e para quando começar, talvez esta segunda não era mau pensado.
Beijinhos.
Sem mais nem menos.

domingo, 21 de junho de 2009

mutilação genital feminina

' “Sofri mutilação genital feminina aos dez anos. A minha defunta avó disse-me então que me iam levar perto do rio para executar uma espécie de cerimónia, e que depois me dariam muita comida. Como criança inocente que era, lá fui como uma ovelha para a matança.

Mal entrei no arbusto secreto, levaram-me para um quarto muito escuro e tiraram-me as roupas. Vendaram-me os olhos e despiram-me completamente. Depois, duas mulheres fortes levaram-me para o local onde seria a operação. Quatro mulheres com força obrigaram-me a deitar-me de costas, duas apertando-me uma perna cada uma. Outra mulher sentou-se sobre o meu peito para eu não mexer a parte de cima do meu corpo. Um bocado de tecido foi-me posto dentro da boca para eu não gritar. Depois raparam-me os pelos.

Quando começou a operação debati-me imenso. A dor era terrível e insuportável. Enquanto me debatia cortaram-me e perdi sangue. Todos os que fizeram parte da operação estavam meios bêbados. Outros estavam a dançar e a cantar, e ainda pior, estavam nus.

Fui mutilada com um canivete rombo.

Depois da operação, ninguém me podia ajudar a andar. O que me puseram na ferida cheirava mal e doía. Estes foram momentos terríveis para mim. Cada vez que queria urinar, era forçada a estar em pé. A urina espalhava-se pela ferida e causava de novo a dor inicial. Às vezes tinha de me forçar a não urinar, com medo da dor terrível. Não me anestesiaram durante a operação, nem me deram antibióticos contra infecções. Depois, tive uma hemorragia e fiquei anémica. A culpa foi atribuída à feitiçaria. Sofri durante muito tempo de infecções vaginais agudas.”

Hannah Koroma, Serra Leoa'

In Amnistia Internacional

O tema de hoje é a Mutilação Genital Feminina. Depois de um testemunho, acho importante descobrir tudo o que está por detrás, razões, porquê's, efeitos.

Como já puderam perceber pelo testemunho de Hannah Koroma, este é um processo doloroso que tem consequências importantes, não só a nível psicológico como físico para a mulher.

Mas no que consiste este processo?
- Remoção inteira ou parcial dos órgãos sexuais da mulher;
- O mais frequente é a infibulação (costura do clitóris ou dos lábios vaginais, deixando uma pequena abertura para a urina e menstruação;
- Este processo é aplicado na sua maioria em raparigas entre os 4 e os 8 anos.

Como é feito ?
- Na maioria dos casos é feita por mulheres da comunidade em que a 'vítima' está inserida;
- Esta é realizada com instrumentos impróprios como facas;
- As mulheres ou crianças não são anestesiadas;
- Na infibulação, poderão ser utilizados espinhos para manter os lábios vaginais juntos (as raparigas necessitam de ficar 40 dias com as pernas atadas).

Efeitos provocados:
- Poderá levar à morte;
- HIV;
- As relações sexuais poderão ser dolorosas (possivelmente, para sempre);
- A nível psicológico, humilhação (visto que, se correr mal a culpa é das 'vítimas' porque é considerado que elas é que já eram promíscuas), entre outros.

Porque é que é realizado ?
- Para as mulheres não se tornarem 'impuras';
- Permitir que só os homens sintam prazer sexual;
- Pela tradição da cultura em que estão inseridas.

No entanto, as mulheres não se podem opôr, pois poderão ser julgadas por recusa e oposição aos valores familiares e identidade cultural.

A mutilação genital feminina ocorre principalmente em África, sebem que entre as comunidades emigrantes também ocorre (incluíndo Portugal).

Esta prática é também fundamentada com a história de nos tempos de guerra, os homens terem de manter as mulheres 'frias' para 'não procurarem o sexo o tempo todo'.

Pretendo que este post seja mais de ordem informativa do que de opinião. Tendo em conta a sociedade em que estamos inseridos, estes actos para mim são reprováveis e, é incrível que existam mulheres neste mundo que ainda tenham de ser submetidas a tratamentos deste tipo e a muitos outros.

sábado, 20 de junho de 2009

Fecho de Guantanamo

«Portugal está disponível para receber prisioneiros de Guantanamo», garante ministro Luís Amado

Bélgica disposta a acolher prisioneiros de Guantanamo

Prisioneiros de Guantanamo que Itália vai receber devem ser "libertáveis", diz ministro

Acolhimento de prisioneiros de Guantanamo divide europeus


O que acham? Problema deles? Problema também nosso? Por um lado foram eles que criaram a situação, mas se não fosse problema nosso não teríamos pressionado vezes sem conta os EUA para esta situação. Por outro lado, se os recebermos o que lhes vamos fazer? Libertá-los? Prende-los por suspeitas existentes na cabeça dos EUA? Se não aceitássemos para onde iam eles? Outras prisões americanas? México? Quais são as consequências da nossa aceitação? Sinal de mais uma vez nos ajoelharmos perante pedidos americanos?
Pelo menos aquilo vai fechar.

guantanamo

'When you see the american you think: it's going to be alright, nothing is going to happen.
I guess I was wrong.'

The Road to Guantanamo
Um filme misturado com documentário que demonstra o lado dos afegãos, na guerra dos EUA com as organizações terroristas instaladas no país, cujos fins justificam quaisquer meios. No entanto, o tema central do filme é o tratamento dos norte-americanos na sua luta desmedida (em comportamentos e fundamentos) para com os prisioneiros de guerra, que são direccionados para Guantánamo.

Tal post seria ideal para o meu cartaz horizontal, mas decidi introduzir um sobre esta temática com um filme, é sempre a maneira mais fácil e subtil de levar as mensagens às pessoas (especialmente quando estão no google video e, não dá trabalho nenhum ver).


A Questão do Guantánamo:

A baía do Guantánamo foi concedida aos Estados Unidos da América em 1903 em troca de um pagamento de 4.085 dólares por ano, na qual este construíram uma base naval. Nesta base naval encontra-se a Prisão do Guantánamo, que se divide em três campos: Delta, Iguana e X-Ray.

Mas qual é o problema desta prisão?

George W. Bush assinou uma ordem executiva que estipulava que os EUA podiam deter indefinidamente qualquer não-cidadão dos EUA que ele acreditasse estar envolvido no terrorismo internacional. Mas como poderá Bush ter escapado da Convenção de Genebra que defende uma protecção mínima para Prisioneiros de Guerra? Nada mais americano. Decidiu declarar que as pessoas que detiam eram Inimigos Combatentes, partindo do pressuposto que a Convenção de Genebra protege os soldados e, pessoas que se defendem com armas não são soldados, por isso não merecem tal protecção.

Uma prisão que prende pessoas indefinidamente que o governo americano ache correcto... E mais?

Como são feitas as operações dentro do Campo Delta? Seguem um manual intitulado de 'Camp Delta Standard Operation Procedures'. Em 2008, o International Herald Tribute, escreveu um artigo que revelava que os militares americanos tinham feito um interrogatório baseado num estudo sobre as técnicas de tortura da china comunista usadas na guerra da correana para obter confissões, apesar da maioria serem falsas. Entre estas técnicas estão a simulação de afogamento e privação de dormir. No filme podemos também ver, como são encarcerados em celas, sujeitos a interrogatórios rídiculos, a um abuso de força descomunal, tal como a discriminação da religião dos prisioneiros (ah desculpem inimigos combatentes!), em que rasgam o Alcorão, e obrigavam-nos a rasgá-los. E, isto não mencionando a presente consideração de uma prisão indefinida.

Mas não é só. Todos estes 'inimigos combatentes' não têm direito a um julgamento ou sequer a um advogado. Inventou-se então um tribunal militar, cuja noção de direitos humanos não se equipara minimamente a um tribunal normal.

Então e Obama?

Obama entrou, assinou uma medida imediatamente que determinaria que a Prisão de Guantánamo seria fechado num prazo de um ano, terminar as detenções secretas da CIA ,aacabar com o secretismo em torno do que Bush andou a fazer e, impôs novos parâmetros para os interrogatórios.

No entanto, Obama não é a paz e amor (como não poderia ser não é?)

- Obama não garantiu que os detidos seriam acusados formalmente e julgados num tribunal civil, ou mesmo se seriam libertados.

- Ordenou à CIA que encerrasse as suas instalações de detenção secretas e, proibir a sua futura existência mas, poderá raptar e deter pessoas em instalações 'transitórias de curto prazo'.

- Emitiu um ordem executiva que proíbe os maus-tratos e tortura, mas aprova um Manual que permite a privação de sono tal como a manipulação dos medos dos prisioneiros, que é considerado tortura e maus-tratos.

E, o pior disto tudo é dito por Asir no filme:

They never admitted they were wrong.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pena de morte

A pena de morte tem sempre sido um tema bastante polémico, mas que não sendo parte da realidade dos europeus, passa-nos como história do passado ou algo que só acontece nos filmes. A realidade é que os filmes reportam a uma verdade presente nos aclamados libertinos EUA, aliás, a fama do Texas é incontornável.

É um assunto que na minha opinião nem se põe em questão. No meu caso, não vou só demonstrar razões racionais para ser contra tal acto, um dos meus argumentos seria sem dúvida que a morte não é castigo suficiente para certos crimes, não há margem para um eventual arrependimento e, toda a dor causada perpétuamente nas vítimas, nas famílias das vítimas é aniquilada por um momento de dor. Por um lado esta questão poderia ser corroborada, visto que a partir do momento que um individuo é condenado à pena de morte, até que seja realmente cumprida a sentença, muitos anos pela frente lhe esperam. Basta analisar as estatísticas do departamento de justiça criminal do Texas: o tempo médio de espera pela sentença é de 10,26 anos, tendo o caso mais rápido demorado 248 dias e, o mais longo 24 anos. Mas como disse, os meus argumentos vão além do meu senso comum e vingativo próprio do ser humano (e é curioso como o departamento do Texas tem todo o tipo de estatísticas sobre o assunto, deve ser para encher ainda mais o orgulho por ser o mais executor dos EUA).

Analisando a situação nos EUA, a pena capital é sentenciada nos seguintes casos:
- assassínio de um polícia ou bombeiro;
- assassínio durante um sequestro, roubo, situação de abuso sexual agravado, obstrução ou retaliação;
- assassínio por dinheiro;
- assassínio durante uma fuga da prisão;
- assassínio de um agente prisional;
- assassínio de um prisioneiro que está a cumprir pena perpétua por uma das seguintes ofensas (assassínio, abuso sexual agravado, sequestro agravado, roubo agravado);
- vários assassínios;
- assassínio de um individuo com idade inferior a 6 anos.

(É engraçado de ver que as pessoas que são polícias ou bombeiros são muito mais importantes que todos nós.)

Existem vários métodos de aplicação da pena capital: Injecção letal, electrocussão, gás letal, enforcamento e firing squad, que parto do pressuposto que seja através de tiros, mas quem souber avise!

Desde 1976 foi efectivamente aplicada a pena de morte a 1136 pessoas nos Estados Unidos da América, sendo 428 no Texas, dados até 2008. Actualmente, o Texas perfaz um total de 438 indivíduos executados. No entanto, é de se observar que as execuções têm diminuído, temos o exemplo de que em 1999, foram executadas 98 pessoas nos EUA, opondo-se aos 'actuais' 37 do ano de 2008.

De acordo com uma sondagem presente nas estatísticas do departamento de informação da pena de morte, a opinião público tem decrescido no seu apoio a esta sentença, sendo ainda no entanto de 64% (em 1999 era de 71%).

Um dos principais motivos para ser contra a pena de morte é a probabilidade e a existência certa de casos em que são executados indivíduos inocentes. E, tal acontecimento não serve como desculpa para nos opormos a tal execução, este probabilidade de erro está comprovada pelas inúmeras exonerações que têm acontecido. Desde 1973 que foram registados 130 casos de exoneração e, tendo em conta que a justiça não chega a todos, quantos serão os casos por contar? Na realidade, o número de exonerações tem vindo a aumentar, tendo ocorrido 49 das mesmas entre 1997 e 2004. Existem vários exemplos que demonstram a fragilidade deste sistema: confissões arrancadas através de tortura, como é o caso Aaron Peterson em 2003; um falso depoimento de uma testemunha; a existência de provas falsas; falta de provas verdadeiramente coerentes, como provas científicas ou testemunhas; e, com tudo pergunto-me como é possível um tribunal submeter-se a um sistema tão frágil e a situações tão frágeis que levam a execuções sem pensar duas vezes, sem ter a certeza executarem pessoas.

No entanto existem outros casos, como a questão da insuficiente representação dos indivíduos no tribunal, sendo atribuídos advogados incapazes, ou que simplesmente não se preocupam, ou estão sobre efeitos que são inadmissíveis na representação de uma pessoa que está nas presentes condições. Outro caso, é como os processos são cada vez mais rápidos, não deixando espaço para apelar aos casos e, na maior parte das vezes após sentenciado, raramente são aceites novos argumentos para apelar à decisão.

Jon Corzine, governador de New Jersey elegeu uma comissão legislativa para estudar aspectos da prática da pena de morte. A comissão concluiu que os custos da pena de morte são superiores aos custos de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional; não existem provas conclusivas que a pena de morte naquele estado servisse intenções penais legítimas; mas mais importante, é a de que o impacto que a pena morte supostamente deveria ter, ou seja, reduzir certo tipo de crimes, através da intimidação das graves consequências, não compensa o erro irreversível que se possa cometer. A comissão defende que a prisão perpétua é muito mais eficaz em muitos níveis sociais e penais, incluindo a questão dos familiares dos assassinos.

Sou assumidamente contra e, não tomo este texto como uma 'conversão' de quem é a favor, mas uma reavaliação do estado da pena de morte, principalmente no caso dos EUA. Quer se seja a favor ou contra, são dados essenciais para qualquer tomada de posse.

Fontes:
- Departamento de Informação da Pena de Morte
- Departamento de Justiça Criminal do Texas
- Expresso


P.S. Aconselho um filme que é um dos meus preferidos, com um dos meus actores preferidos, Kevin Spacey: Inocente ou Culpado?, em inglês David Gale.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O ou A

Que crise estamos nós a falar?
  • Crise Social Portuguesa
  • Crise Económica Portuguesa
  • Crise Económica Europeia - Antiga CEE em que Portugal aderiu em 86
  • Crise Económica Mundial - Com mundial digo dos Estados Unidos
  • Crise Social Portuguesa - 2ª parte, nesta existem novas oportunidades, tiram-se cursos como quem varre a rua, tira-se o 12ºano como quem não o tira, etc etc.
Se me falarem de crise económica, a Portuguesa, essa já não vivo sem ela, que era de Portugal sem um défice enorme, já que agora a única dependência que tende a diminuir será o petróleo, a agricultura é mais barata a estrangeira, os serviços, são os serviços portugueses com aquele status quo que o diferencia de tudo o resto, será isto bom? Em relação ao comércio a descentralização de uma actividade principal, excluindo a baixa produtividade e o protesto contínuo, é coisa que vem à baila quando se fala de falências. Posto isto, a crise económica portuguesa faz falta! A crise económica portuguesa é um bem para a saúde, é um xanax que não se consegue parar de tomar, é a catarse que nos faz, não purificar como devido, mas ficar na mesma.
A CEE, essa, por enquanto ainda gira, muito em torno dos EUA, e mesmo que cada vez menos, gira em torno de si própria, mas nesse círculo existe sempre uma tangente chamada EUA.
Passando para a CEM / CEUSA, esta é bancária, é capitalista, uma bolhita, que vai enchendo e rebentando, uma cegueira de lucros que de tempos a tempos dá nisto, talvez agora, numa sociedade em constante evolução, estagnada a nível social, estas crises aconteçam mais vezes, se acontecerem, os bancos centrais criam mais moeda, recebm mais juros, mas alguns não vão receber, então alguém vai precisar de dinheiro, menos o banco central (se esse precisar cria moeda para ele), e empresta-se mais, e assim produz-se mais, e vende-se mais, e recebe-se mais, e a moeda inflaciona, mas nisto alguém fica para trás, o BC empresta mais uns trocos, e pronto, isto é uma explicação, digamos, de um professor de história que tenta falar de doenças neurológicas com alguém que lhe perguntou que horas eram.
Noutro campo, talvez agora num misto de social e económico, expressão usada para a sociedade não se sentir reprimida pelo capitalismo, temos o desemprego, que leva também à Portuguese Social Crisis - take 2, o desemprego a meu ver, é capaz de ser, assim em termos simples, a merda mais fácil de explicar, ora bem, temos a internet, essa rapariga, faz com que os serviços públicos passem a ser mais rápidos, cómodos e baratos, sim eu sei que em Portugal não é bem assim. Essa internet diz, não preciso de tantos empregados, eu sei fazer isto sozinha, só preciso, no máximo de uma pessoa para me tratar, dar comida, etc. A nível industrial, como disse atrás, não existe nenhum sector em que sejamos craques mundiais, excepto na cortiça, mas a evolução ditou que as rolhas de cortiça já não estavam na moda, esta falta de uma pila que diga ao mundo é nisto que somos bons, tipo Suiça (chocolate, banca e relojoaria) cria pequenas empresas, essas produzem produtos caros, mais caros que alguns europeus, carissimos em comparação com o 3º mundo, esta distinção curiosa, o 3º mundo é o planeta Terra, voltando ao tópico, essas empresas não vendem, individam-se e falecem de tesão monetária. As grandes empresas, notam que Portugal é capaz de ser o único país que é de 2º mundo, a mão de obra é barata, mas cara, os trabalhadores são explorados, mas também produzem pouco, a única altura em que eles realmente estão dedicados à empresa é na altura da manisfestação para esta não fechar portas, é complexa a mentalidade portuguesa, ao notarem isto, pensam em fugir, e, quem sabe, ir para onde se produz mais barato. Mas o que seria de Espanha sem o nosso desemprego, temos que estar ao lado de toda a nossa irmandade latina, do desemprego espanhol, da corrupção italiana, e, a nossa companheira na doença, e só na doença, porque nunca tivemos saúde, a Grécia, que em qualquer quadro, em qualquer estatística, está sempre conosco.
Crise? Que crise, continuo a ir de carro para a universidade, a almoçar onde me apetece, a comprar roupa sempre que quero, a falar de tudo como se de tudo percebesse, a ter o futuro garantido, tenha 12 ou 18 de média, não falto a concertos, e a sexta é sempre a noite da discoteca, se puder passo o dia no meu quarto a ver sport tv, a crise, é factor psicológico, eles querem que nos assustemos, que tenhamos medo, de viver.

Sem mais nem menos, acho que já chega.

domingo, 24 de maio de 2009

Esta semana vou ser o elo mais fraco e deixar só um videozinho dos Contemporâneos (quem diria, eu que não vejo nada de contemporâneos, vai tudo abaixo e, tenho um ódio de estimação ao gato fedorento). No entanto, esta imitação do meu Axl é linda xD


sexta-feira, 22 de maio de 2009

A crise, por: Cláudio e Marta.



Cortaram-nos a net. É o efeito da crise.
Por isso, estamos a escrever este post em conjunto, num magalhães emprestado e a roubar net do ISCTE-IUL!

A crise DIRECTA ?! Essa não a sentimos. Não sabemos sequer o que é trabalhar para ter dinheiro!

Já que foram criados alguns rótulos, vamos lá rotular-nos.
Boa tarde, eu chamo-me Ricardo Miguel.
E eu, Ricardo Miguel.

É certo que vivemos num prédio citadino, compramos produtos de marca branca (não da É, não exageremos) mas já vimos a crise em mais sítios para além do telejornal ou num jogo do Benfica.

Os papás dizem-nos: "Não gastes dinheiro à balda, o meu salário não chega" ou "É a conta da luz, a conta da água, é o seguro do carro, tenho €650 para pagar!" e é nesta altura que o cérebro se desliga.
Nós dizemos, "Sim, está bem, está bem.".
Mas se acusamos a mamã de comprar malas e/ou sapatos a mais, já nos chateiam.

De modo geral, não sentimos a crise na pele.
Continuamos a comprar as mesmas coisas. O mesmo cafézinho, o mesmo tabaquinho (isto é coisa do Cláudio), o mesmo bolinho, o mesmo pequeno-almocinho fora de casinha, os nossos luxuzinhos, e assim. Tal como há 2 ou 3 anos atrás.

Portanto... (agora como não sabemos o que dizer mais, vamos reencarnar no Afonso Martim, e comprar €20 de erva, para ganhar inspiração)


Até à próxima!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

IDDCNJ

Em primeiro lugar quero separar o conceito "Jovem". E para o fazer decidi separar as diferentes camadas sociais por nomes que são característicos às mesmas (sim, há classes e camadas e estratos sociais, para grande desilusão de Miguel Portas e Bernardino Soares, que devem estar a pensar nisto nesse preciso momento..)



1) Tipo Afonso Martim

O
puto rico não sofreu nada de nada! Sim, o pai pode ter tido um congelamento no salário ou uma pequena redução para €13.254, o que fez com que a mãe fosse menos frequentemente ao CaiscaiShopping comprar porcarias. A irmã deixou de comprar aquela mala de €350 e o gato come uma comidinha um bocado mais rasca. Mas não há crise. O puto mal se apercebeu da crise e quando fala de crise faz um gesto com as mãos a imitar umas aspas. Continua a ser um putinho mimado e a gastar €20 por semana em erva e a comprar roupa nova de 15 em 15 dias.

2) Tipo Ricardo Miguel

Ora, o Ricardo Miguel, ou simplesmente
RM, é um miúdo que vive desafogadamente num prédio citadino ou numa moradia deslocada, no subúrbio do campo. Os pais cortam em tudo o que é considerado supérfluo: leite vigor passa a marca é; óleo fula passa a marca é; massa milaneza passa a marca é. E a marca é é que fica a ganhar, não é? É é! O máximo que lhe pode acontecer é ir jantar fora apenas uma vez de 15 em 15 dias e a roupa passa a ser comprada de 2 em 2 meses. Este tipo de puto não se apercebe muito da crise, mas sabe que ela existe. Já a viu no telejornal ou então viu um jogo do benfica.

3) Tipo Rui Zé

Bem, o Rui Zé já é um caso mais difícil. Como, muito provavelmente, já trabalha nas obras desde o 9º. ano e vive na
Damaia, uma solução é ir roubar. Mas os Rui Zés que ainda têm alguma noção do que está bem e mal (ainda bem que a maioria assim é), ele será despedido ou fica com salários em atraso. Acaba mal esta história. É que ele já deve ter um filho para criar! Como pagar o carro, as férias e os electrodomésticos? Pois, não paga.

4) Tipo
Adilson

O
Adilson é quem mais fica a ganhar com a crise! É que agora pode bater na polícia, queimar merdas e assaltar as pessoas honestas! Segundo Francisco Louçã, juntamente com toda a merdeira da esquerda, acha que o Adilson não tem culpa. A culpa é dos capitalistas que o tornaram criminoso. E ele agradece a boleia! Se levar com uma facada no lombo ao assaltar, ainda tem razão e o criminoso é quem se defendeu.

E esta é a minha percepção da crise e do impacto desta nos jovens. Espero que tenham gostado deste momento de leitura fácil e limitada. Bem, limitada mas é de propósito! Também sei escrever textos que começam por "e na imensidão da alma profunda, um crepúsculo abate-se ao cair do pano negro, solitário e redundante. Tão redundante que chega a cair na redundância de se redundar quando está a ser redundante. E isto? É redundante? Não, é estúpido"

Um abraço para os punks da Beira Interior

CBA, melhor não há!

PS: IDDCNJ = Impacto Directo Da Crise Nos Jovens

Impacto directo da Crise nos Jovens

Este é o tema que terá lugar esta semana.

A questão coloca-se, todos sabemos que estamos em tempo de crise,
mas em que é que isso (a crise), nos afecta directamente?

Escolhi a palavra "directamente", porque se fosse permitido falar de directa e indirectamente, não ia ser muito específico, e talvez aí fossemos por caminhos longos.




Seriedades um pouco à parte, deixo-vos aqui 2 vídeos engraçados:









Boas teclagens! =X

Resultados da Sondagem (Semana 3)

O 25 de Abril Sempre ( ou às vezes )

Carlos / Cláudio - 40% Cada um
Patrícia - 20%
Ricardo / Marta - 0% (nobody likes us)

O estado do tempo em estado líquido

Normalmente, seria mais um texto cheio de piada, mas a piada ficou com o Abílio.
Ou não.
Estranho será pensar, porque chamamos estado, não ao estado do tempo, mas ao próprio estado que nos governa, se virmos bem, actuamente, por consenso, vivemos num estado de merda, ou então num estado de calamidade, se for mais optimistas, podemos viver num estado de evolução social mais lenta do que deveria ser suposto, pois não acompanha a evolução económica, que está a recair, nem a tecnológica que não para, mas a sua utilidade pode ser posta em causa muitas vezes.
Mas e o estado do tempo, será intemporal? Depende se faz chuva ou não, mas decerto que está diferente, e nesta altura eu derivava esta conversa para as alterações climáticas, Al Gore, "Verdades Inconvenientes", Sétimo Selo, Os Verdes, etc, mas conversa é barata, e o que vos digo, é que este clima quente, húmido, misturado com vento, cinza e chuviscos, me dá vontade de não ter vontade, e perpetuo-me ano após ano com esta sensação de inércia, e se isto é mais pessoal, não há nada de tão impessoal como falar do tempo, porque tempo é tempo, e esse é diverso, poderia eu falar do tempo que faz hoje, ou do tempo que falta para fazer o tempo de amanhã, e por aí adiante, sem tipo fico eu.

sábado, 16 de maio de 2009


O sol não tardava a chegar, as nuvens encobertas rompiam-se por entre gargalhadas murmuradas de condensação. Raiavam as primeiras notas da manhã, enquanto revirava os olhos sem norte. O calor era leve e irrequieto, a brisa era persistente e alegre. Comportava-se como uma criança numa parque de diversões: de lábia doce e, sorrisos inocentes. O dia decorria vazio, com pequenas concentrações de palpitações, a temperatura mantinha-se estática, a uma intensidade melodramática, prestes a quebrar mas de manutenção moderada. Recortei as palavras mortas, colei os sorrisos e movimentos em pedaços soltos e preenchi as respirações com músicas e suspiros falíveis. O mundo satisfazia-se com pouco, festividades e seguranças estendiam-se pelas ruas, em grandes e pequenas manobras, de falibilidade redonda e desengonçada. No entanto, a música tocava ainda mais alto e ao mesmo tempo leve, em pés de veludo os movimentos voavam, a confusão era controlada e revirada, a determinação era deixada ao acaso visual e, ali continuava o sonho, ao fundo de um olhar, que apenas derretia o dia. Era mais um dia perfeito. O sol passeava-se nas ruas e, um som estridente reluzia no ar e, apreendia olhares e gargalhadas. O céu era mais alto, mas não estávamos muito longe.
Afinal.
Hoje casei-me.

Fotografia por moi meme.
Desde já as desculpas por não ter escrito ontem. Nem vim a casa, não deu mesmo.

Engraçado, agora que estou a pensar. Ontem era o meu dia de escrever sobre o estado do tempo e não me lembro de ter olhado sequer para o céu. Devia estar nublado mas mesmo assim um pouco abafado de vez em quando. Só naquela do tira casaco, veste casaco. Gosto tanto dessa temperatura quando está frio de t-shirt mas fica calor com algo por cima. Adoro mesmo. Não tenho noção da temperatura que esteve durante o dia, mas é com certeza qualquer coisa com dois dígitos.

O que o vosso amigo gosta é de um dia cheio de sol com céu limpo, sem estar muito calor. É das melhores coisas da vida, sair à rua e olhar para um céu completamente azul. Lindo. Vamos todos à praia!

Agora off-topic, fiquem com a nova obra de bloodyoctopus ex-membro deste bonito e inteligente blogue. O seu nome é Abílio e ele anda por aí. Tenham medo, muito medo!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Faça chuva ou faça sol...

Antes de mais peço desculpa por não ter postado ontem, mas foi-me impossível.

Vou falar um pouco sobre o tempo ideal para mim.
Gosto dos dias com pouca luz, um pouco nublados, mas com nuvens brancas,
onde apenas se sente uma ligeira brisa. Dias em que está frio (ou calor) suficiente para me aguentar com uma tshirt e uma camisola de algodão de manga comprida por cima da outra.

Vá, algo do género do que está aqui em cima.



Dia 13-Maio-2009:

14h19:
Lisboa - Nublado - 19º
Azeitão - Sol - 20º

15h19:
Lisboa - Nublado - 19º
Azeitão - Sol - 21º

16h59:
Lisboa - Sol - 20º
Azeitão - Sol - 19º

18h36:
Lisboa - Sol - 20º (não sei porquê, fui ao terraço, e estava tudo nublado)
Azeitão - Nublado - 18º

19h28:
Lisboa - Sol - 19º
Azeitão - Nublado - 18º

20h15:
Lisboa - Nublado - 18º
Azeitão - Nublado - 17º

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Retirei estas informações da mini-aplicação das temperaturas, da barra lateral do Windows.

Vamos tirar conclusões.

Lisboa, sol: Okay, existe. E às vezes muito forte.
Mas outras vezes é difícil distinguir uma nuvem natural, de uma nuvem de smog!

Azeitão: Para mim está sempre bom tempo, às vezes podia estar menos vento ou humidade à noite.

Relativamente à temperatura, depois de almoço, a temperatura esteve mais alta em Azeitão do que Lisboa, a partir das 18h, começou a ficar mais nublado e frio em Azeitão.


Escolhi Lisboa, porque era onde estava, e Azeitão que é para onde vou aos fins de semana...



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Mas o que eu gosto mesmo, é de poder estar à noite, de t-shirt, na rua.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Estado do Tempo


Estado do Tempo nasceu em Lisboa, a 16 de Setembro de 1837.

Reconhecido príncipe real e sucessor da coroa de Portugal pelas Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes, em sessão de 26 de Janeiro de 1838; sucede a sua mãe em Novembro de 1853; até à sua maioridade governa o seu pai como regente. É aclamado rei aos 18 anos e presta juramento perante as cortes Gerais. Dois anos antes de começar a governar, começa uma série de viagens pelo estrangeiro, completando assim a educação primorosa cuidada que a sua mãe sempre lhe deu.

Desde cedo mostrou inteligência fora do vulgar, uma excelente memória e uma óptima personalidade. Isto contribuiu para que durante o seu reinado se dedicasse ao progresso e ao bem-estar do país, apesar de nesta altura terem acontecido uma série de contratempos que se tornaram obstáculos às suas ideias e projectos: a morte da esposa (a Rainha Dona Estafânea), epidemias, inundações e a influência política do Duque de Saldanha. Apesar de tudo isto, o seu espírito liberal e progressista leva Portugal para a frente, especialmente na área da educação, que era, a seu ver, fundamental para que um país progredisse. Tomou tambem atenção a aspectos como a indústria, os melhoramentos públicos, a agricultura e a política internacional.

Morre trágica e prematuramente com 24 anos, a 11 de Novembro de 1861. O reino, em choque, ficou de luto pelo seu querido Rei falecido.




"Foi ele [Estado do Tempo] que aboliu por completo o beija-mão, etiqueta palaciana que era um dos restos legados pela soberania absoluta, e recusou-se a confirmar a pena de morte. Não queria ver os cidadãos, entre os quais era ele o primeiro, dobrarem o joelho na sua presença, porque essa vénia só pertence à Divindade como só a ela pertence tirar a vida aos homens. Entendia que a cerimónia do beija-mão era um acto de servilismo indigno de todo o homem que se preza, como entendia que à justiça humana unicamente compete corrigir os delinquentes, pela reclusão e pelo trabalho, para os restituir à sociedade, purificados e prestadios."


in http://www.arqnet.pt/dicionario/pedrov.html


"O terror geral era indescritível; por ordem do governo foram os jornais proibidos de darem longas noticias sobre os falecimentos, e o número e nomes das vítimas, que chegavam a ocupar diariamente muitas colunas; os enterros passaram a fazer-se de noite, observando-se a maior simplicidade, não sendo permitidas as pompas fúnebres, apenas uma sege conduzindo o morto e o padre para o acompanhar. Não sendo suficientes os hospitais que existiam, para abrigarem o número enorme de atacados, organizaram-se alguns provisórios em certos pontos da cidade; numerosas procissões de penitência percorriam as ruas, e nas igrejas todos os dias se entoavam preces. Os teatros e outros divertimentos públicos fecharam. A consternação era geral; as ruas viam-se desertas, o terror via-se estampado em todas as fisionomias. Abandonaram a cidade, indo viver para os arredores e para outras terras distantes, altos funcionários e outros empregados públicos, capitalistas, negociantes, o próprio patriarca, e no meio desta pavorosa e angustiosa situação sobressaía a figura do jovem monarca que, apesar dos conselhos de quantos o rodeavam, não quis abandonar Lisboa, e qual outro apóstolo do bem e da resignação, se dirigia aos hospitais, sentando-se junto dos leitos dos enfermos, a quem dirigia palavras de conforto e de esperança. Quando os ajudantes que o acompanhavam nestas piedosas visitas lhe pediam que não se expusesse assim tão temerariamente ao terrível contágio, respondia secamente que se tinham medo o deixassem, que ele podia ali estar só. Este acto de abnegação e caridade causou a maior impressão em toda a gente e a admiração até dos estrangeiros. Um rapaz que apenas contava 20 anos de idade, dando um exemplo tão grandioso de amor pelos que sofriam, procurando suavizar-lhes o sofrimento, ao menos animando-os com a sua presença. "


in http://www.arqnet.pt/dicionario/pedrov.html





CBA

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Viver morto? Morrer vivo? Morrer morto? Morrer morto-vivo?

Neste texto vou apenas mostrar alguns tópicos que andei a pesquisar, também alguns links que vou explicitar mas de forma reduzida.
Em curtas palavras digo que sou a favor da eutanásia, completamente, mas não é isso que me leva aqui hoje.

Primeiro, reparei numa notícia de 2008, novembro, em que o Centro de Estudos de Bioética defende os cuidados paliativos( que não vou explicar, pois já aqui foram referidos - Texto da Patrícia), não explicitam muito bem o seu ponto de vista na notícia, apenas afirmam que deverá haver uma “rápida e total implementação da rede de cuidados paliativos, certa de que a resposta a um (raro) pedido de eutanásia é a compassiva e total prestação de cuidados, de modo a que o doente terminal viva em paz a sua vida até morrer”. Penso que aqui deverá ser discutido qual o patamar e quem decide, o "viva (...) até morrer".
Link da notícia

Noutra notícia, e aí aponto para as várias tomadas de posição, pois, no fim de contas, não estamos na situação, e cada um é como cada qual, e não sabemos os sentimentos dessas pessoas, o DN, numa notícia de 2007, Outubro, relata um estudo feito pela faculdade de medicina do Porto, feito pelo serviço de biomédica e ética médica dessa universidade, neste estudo, Link da notícia, 50% dos idosos admite a legalização da Eutanásia, e a aceitação do suícidio assistido, estando a diferença dos dois, de forma simples, na existência ou não de doença, respectivamente. Não vou aqui falar das regras do estudo, mas são interessantes. Nas suas conclusões ligam este pensamento ao facto de se sentirem sós, e excluídos do mundo, para complementar este pensamento, que a meu ver está correcto, mas que não deverá ser generalizado na população estudada, Rui Nunes, o director do serviço, pensa que isto reflecte, tal como na notícia anterior, uma necessidade de melhorar, aumentar a rede de cuidados paliativos, neste ponto, de forma rude poderia dizer, BULSHIT, mas não quero ser mal educado, poderia ser irónico e pensar que todos aqueles medicamentos usados para tirar as dores e deixar as pessoas nas nuvens (aquilo que todos os jovens querem na adolescência) são amigos e companheiros destes idosos, mas vou tentar ser sério, ora bem, é simples, cuidados paliativos não são a resolução para os idosos deixarem de se sentir sozinhos ou excluídos, no máximo ficam com mais sono, poderão se rir, poderão não ter consciência do real, morrer sem dores, mas viver sem consciência, ou seja, penso que esta abordagem não foca o social e psicológico dos inquiridos, e não serve de conclusão ou resolução.

No site AidsPortugal, encontrei também algo interessante, na ligação entre os indivíduos seropositivos e a eutanásia, um caso talvez ainda mais complicado que a velhice, num estudo mais complexo, ( mais uma vez vou pedir que vejam a população estudada, a amostra, e o método no link), numa das conclusões, "estima-se que um terço das pessoas vivas com VIH-1 ou SIDA nos países desenvolvidos consideraram o pedido de apressar a morte, a qual é dez vezes mais do que entre os controlos seronegativos".
Num total de 32 entrevistas, entre 1996 e 1998, 20 disseram estar decididos a seguir a eutanásia ou o suicídio assistido, 3 disseram estar contra, e 9 mostraram-se indecisos.
As razões dadas nas entrevistas a favor da eutanásia ou suicídio assistido relacionam-se com o medo e a experiência de dois factores principais: a desintegração e a perda da comunidade, a qual os autores "definiram como uma diminuição progressiva das oportunidades para iniciar e manter relações sociais apertadas. Estes factores resultavam numa percepção de perda de eles próprios. A eutanásia e o suicídio assistido eram vistos pelos participantes como um meio de limitar a perda do "eu".
Estes autores, já relacionam este desejo de 63% dos inquiridos com factos sociais, relações, exclusão e problemas individuais, excluindo as repercussões da doença ou mesmo da sua evolução, ou seja, não é, para eles, uma questão de dor física, mas sim psicológica, e pensam que estas vontades poderão ser minoradas, através de políticas sociais, uma das limitações deste estudo foi o anonimato, pois no Canadá a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos por lei.

Existem 3 países onde a eutanásia é legal, na Bélgica, na Holanda e na Suíça, na Austrália apenas foi legal durante uns meses, em 1996, e é também legal no Oregon (USA) - Reuters
Penso que a liberdade implica cada um fazer o que quer com a sua vida, ou melhor, com o término dela, pois não penso que os suíços, os belgas, etc, sejam mais infelizes, porque dão a oportunidade às pessoas, de pensarem se querem ou não morrer, e quando o querem fazer, não pense que implique grandes estudos, não pense que implique grande alarido por parte da medicina, penso que acima de tudo é uma questão social, uma questão individual, psicológica.

Por fim gostava de apresentar este livro, ainda não li, porque não tenho, mas gostei da introdução que é dada, e como tal, eis - Estudo Jurídico da Eutanásia em Portugal - Direito Sobre a Vida ou Direito de Viver?



Sem mais nem menos.

Tema Semana 5

O estado do tempo.

Mais um tema controverso neste bonito blogue. Num blogue sobre a actualidade, que tema mais actual do que este? Todos os dias é diferente, todos os dias dá azo a uma vasta discussão, ou simplesmente um bom desbloqueador de conversa num silêncio incómodo. Portanto vamos falar disso sem complexos e tabus.

Força nesses dedos, amigos!

sábado, 9 de maio de 2009

Em primeiro lugar, deixo aqui o site para assinar a petição de legalização da Eutanásia:


Conceitos:

Eutanásia - Uma terceira pessoa executa o acto de pôr fim à vida do doente.
Suicídio assistido - O próprio doente põe fim à sua vida, dispondo da ajuda de terceiros.

Distanásia - Posição que defende que devem ser utilizadas todas as possibilidades para prolongar a vida de um ser humano, mesmo que a cura já não seja possível e, a continuidade da vida do doente seja vivida em sofrimento.

Ortonásia - Morte natural sem interferência da ciência através de métodos extraordinários de suporte de vida.

Paliativismo - Conjunto de práticas que visa diminuir o sofrimento dos doentes em fase terminal.

Eutanásia activa - O conjunto de acções que têm por objectivo pôr fim à vida, na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai efectuar tal acto.

Eutanásia passiva - não provoca deliberadamente a morte, no entanto, com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e quaisquer cuidados médicos, farmacológicos ou outros, o doente acaba por falecer. São cessadas todas e quaisquer acções que tenham por fim prolongar a vida. Não há por isso um acto que provoque a morte (tal como na eutanásia activa), mas também não há nenhum que a impeça (como na distanásia).

Legislação

República Portuguesa

De acordo com o artigo 1º a República Portuguesa é baseada na dignidade da vida humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre. No Artigo 16º são remetidos os direitos para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que consideram que o individuo tem direito à sua liberdade e segurança pessoal, que a sua vida é inviolável, tal como a sua integridade moral e física.

Código Penal

Artigo 133º - Considera que quem matar outra pessoa por compreensível emoção que diminua a sua culpa, é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos. (Que bom e justo! Este artigo é apelidade de homicídio privilegiado, mas que privilégio! Digamos que... lol)

Artigo 134º - Homicídio a pedido da vítima através de um pedido 'sério e expresso' é punido com prisão até 3 anos. E ainda nos apresenta um número 2 bastante directo: a tentativa é punível. (Watch out, se vais fazer é a sério)

Artigo 138º - Este artigo remete para a eutanásia passiva. A exposição ou abandono do doente a uma situação em que não se pode 'defender' é punível de 1 a 5 anos; e, atenção se for familiar é de 2 a 5 anos (faz bastante sentido ham?). E se deste último caso resultar ferimentos graves a pena é de 2 a 8 anos e, se for morte entre 3 e 10 anos. (Mais uma vez, se é para fazer, mais vale fazermos logo, nem por tentativos, nem por assistência, let's do it!)

Outro tipo de regulação de conduta neste assunto que considero bastante importante é o:

Código Deontológico do Enfermeiro

Artigo 78º - As intervenções de enfermagem devem ter em conta a defesa da liberdade e da dignidade da pessoa humana e do enfermeiro. É defendida a liberdade responsável com a capacidade de escolha.

Artigo 82º - O enfermeiro por respeito ao direito da pessoa à vida deve proteger e defender a vida humana em todas as circunstâncias. Deve respeitar a integridade bio-psicossocial, cultural e espiritual da pessoa; participar nos esforços profissionais para valorizar a vida e qualidade de vida.

Artigo 87º - Um artigo respeitante aos doentes terminais em que determina que o enfermeiro deve defender e promover o direito do doente à escolha do local e das pessoas que deseja que o acompanhem na fase terminal da sua vida.


Acho interessante que em tanta subjectividade, em tanto deve-se fazer mas não é politicamente correcto fazer-se, presente na legislação da República Portuguesa e mesmo no Código Deontológico dos Enfermeiros, termos um Código Penal tão explícito na aplicação de punições contra a eutanásia. E, penso que tanta subjectividade presente deveria fundamentar ainda mais não só o debate político como um referendo nacional, ou teremos medo da opinião das pessoas ?Ainda mais incrédulo parece ser a posição dos bispos portugueses e da ordem dos médicos. Curiosamente, o meu ateísmo crónico está mais apoiante dos bispos portugueses do que a ordem dos médicos.

Após pesquisa observei que a Ordem dos Médicos considera que a legalização da eutanásia é um 'risco social e um retrocesso civilizacional' e que iria levar a um desinvestimento na saúde. Bem é com isso que estamos preocupados ! Apesar da causa do desinvestimento citado ser na área dos cuidados paliativos, acho que é um mau fundamento para a tomada de tal posição.

'O bastonário afirmou que a eutanásia é defendida numa sociedade que vive presa ao “pânico e medo” de um aproximar da morte e que é comum as pessoas pensarem que seria melhor terminar o mais rapidamente possível com o sofrimento.' - Será isto para rir? Existem pessoas que sofrem durante anos e, ainda vêm fundamentar-se que é para acabar rapidamente com o sofrimento ? Ridiculo.

Outro dos fundamentos, será o treino dos profissionais para defender a vida e, não a morte. Quando a questão aqui é defender uma vida digna e, não a morte. E, não iremos mais longe, o seu treino é mais importante que o direito de cada um à sua liberdade ?

Marcos Sá, deputado Socialista defende o debate sobre este assunto, afirmando que a morte medicamente assisitida só deve ser utilizada em casos irreversíveis e, se for expressamente autorizada pelo próprio doente e, no caso de não estar lúcido, assinar previamente o Testamento Vital, num estado de lucidez, autorizando o acto.

Por seu turno, os bispos portugueses defendem a sua posição no documento Protecção da Vida Até ao Fim pela Positiva, recusando a precipitação da morte, tal como o prolongamento da exagerado da vida através de tratamentos. Ou seja, são contra a eutanásia mas também contra a distanásia, ou seja, optam pela ortonásia.

Depois de tal comparação pergunto-me: o que é que se passa com a Ordem dos Médicos ?

Fontes:

- Posição dos Bispos Portugueses
- Posição da Ordem dos Médicos e Marcos Sá
- Eutanásia

quarta-feira, 6 de maio de 2009


"Para mim, estarás para sempre no meu coração.
serei «fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença» mas a morte não nos separa. Aguarda-me, mais tarde vou ter contigo."

A Sarah e o Thomas já tinham falado sobre a Eutanásia várias vezes, ambos concordavam que sofrer era a pior opção. É sempre difícil imaginarmos uma situação sem nunca a termos vivido, mas podemos ter uma opinião.
Apesar de serem católicos, muitas vezes discordavam da falta de evolução em relação a alguns temas.

Thomas está numa cama de hospital há um ano. Foi-lhe diagnosticada uma doença crónica, irreversível. A dor e o desespero aumentavam a cada dia. O desejo de morrer despertou.
Sarah libertou a sua dor e foi condenada a 5 anos de prisão.
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Declaração Universal dos Direitos do Homem
  • Art. 3º: Todo o indivíduo tem direito à vida (...).

Se uma pessoa tem direito à vida, também tem direito a escolher o que fazer com ela. Proibem as pessoas de amar? Proibem as pessoas de pensar o que querem? Porquê proibir alguém que já não quer viver mais?

Existem 2 hipóteses:
- A pessoa está consciente e opta por querer morrer;
- A pessoa está inconsciente e em estado vegetativo e não tem hipótese de escolher.

No primeiro caso, as pessoas não têm acesso às ferramentas que necessitam para por um término à sua existência na terra, por isso procuram ajuda. O facto de uma pessoa morrer, causa transtorno nos seres humanos que as rodeiam, é verdade. Mas temos de deixar de ser egoístas e pensar nos desejos das outras pessoas.
No segundo caso, se fosse comigo, não faço ideia o que faria.

Pegando no que o CBA falou sobre a igreja, tenho a dizer que a laicização já ocorreu há bastante tempo, e que esta pode opinar, mas a legislação não pode ser afectada por estas opiniões.

Eu compreendo que vários médicos não querem ter a responsabilidade de "matar" uma pessoa, por isso devia haver médicos especiais para fazerem isso.
Se o problema é a morte ser assistida, liguem as máquinas, ou dêem a injecção e virem costas.

Agora fora de brincadeiras, o corpo e a vida pertence a uma pessoa e a mais ninguém. Cada um devia decidir o que fazer. A não ser que um indivíduo apresente distúrbios mentais, penso que tem capacidade suficiente para decidir o que fazer. Isto tudo se for informada acerca de todos os procedimentos médicos.

Eu defendo a Eutanásia, quando é uma pessoa consciente que o deseja.
Noutra situação, não tenho opinião formada.


Entretanto, encomendem morfina, por favor.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A QUEM É CONFERIDO O DIREITO DE NEGAR A MORTE A ALGUÉM ?

"A questão da eutanásia representa o grau mais profundo do desrespeito pelos direitos e liberdades individuais"

Carlos Barrosa Anjos








Apesar de a decisão de morrer representar um último acto de desespero (pode ser, da mesma forma, encarada como um último desejo), prefiro encará-la com a simplicidade, que, dirão alguns, é fria e insensível. A morte assistida representa, sem dúvida, um caso extremo. Não pode ser equiparada a vontades e desejos banais do quotidiano. Mas, sendo que não há prejuízo para terceiros, o indivíduo deve ser livre para fazer de si mesmo o que bem entender. E não há ninguém, pessoa ou Estado, que tenha o direito e/ou o poder de negar a morte a alguém. Estou convencido de que a aceitação da eutanásia (legalmente) confere a uma sociedade um maior grau de desenvolvimento (regendo-me pelos padrões "ocidentais"), e acho indispensável que ela seja, o mais rapidamente possível, liberalizada. Não creio que num país pequeno como o nosso hajam muitas pessoas que, devido à sua situação actuals, sejam susceptíveis de optarem pela morte assistida. E não creio que se banalizasse: eutanásia legal apenas confere direitos e liberdades individuais que são essenciais numa sociedade que se quer "avançada". Eu, pessoalmente, sentir-me-ia muito mais seguro ao saber que, em caso de necessidade, poderia optar por uma morte digna (há quem ache que viver a sofrer é muito melhor que morrer forçado, pois a vontade de deus - que ridículo - prevalece em contraste com a vontade de um indivíduo... Como referi atrás, a decisão é pessoal e não prejudica, directamente, terceiros. Mas há sempre entraves à legalização da eutanásia. Sem me querer alongar muito mais, posso referir a sempre adorada e estimável a igreja católica, que, desta vez, surge na linha da frente do "combate" à negação da vontade de deus.

Eu digo qualquer coisa como "que se foda deus"

CBA

domingo, 3 de maio de 2009

tema semana 4

Eutanásia

Um tema definido como controverso. No entanto, apesar da minha posição, começo a achar que as gerações mais jovens começam a chegar a um consenso.
É uma temática que mexe com vários conceitos, estilos de vida e, posições perante a vida. Não é uma questão de dizer que Sim ou que Não. Implica questionar a nossa relação com a morte, lidar com situações bastante específicas, a medicina e o seu poder sobre os indivíduos, as crenças que cada um desenvolve, o meio em que estamos inseridos, as mentalidades criadas e, cada vez mais trata-se de uma questão política. Assistimos a uma questão que começa a ser abertamente discutida e, as posições actuais a ser questionadas.
Estando em pleno ponto de ebulição, é um ponto a discutir.

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1172577

Speak out !

Sondagem dos próximos temas

Os temas das próximas semanas serão os sugeridos pelos membros do blog e, seguirão uma ordem de acordo com o número de votos.
Quem sugeriu o tema da semana em questão, faz um post inicial como temos feito até agora sobre o seu tema.

Ficam então os resultados !

Eutanásia - Semana 4 a 10 de Maio
O Estado do Tempo - Semana 11 a 17 de Maio
Impacto directo da Crise nos Jovens - Semana 18 a 24 de Maio
O (Santo) Nuno Álvares Pereira - Semana 25 a 31 de Maio

Essa coisa tão simples: liberdade

Miguel Sousa Tavares

Passam hoje 35 anos sobre a tal inesquecível madrugada libertadora. Como de costume, o regime vai assinalar a data com umas quantas cerimónias, públicas e particulares, sempre previsíveis, sempre obrigatórias e sempre destituídas de sentido. O Presidente da República vai fazer o habitual discurso na Assembleia, em que tudo o que interessa é ler nas entrelinhas se ele ataca ou não ataca o Governo em funções - conforme é tradição da data; o PCP e a extrema-esquerda vão desfilar por aí, jurando que "Abril está por cumprir"; e o coronel Vasco Lourenço, em representação dos militares do 25 de Abril, vai destilar o seu habitual azedume contra os 'políticos' e insinuar que, se for preciso, eles são capazes de voltar a pegar em armas e acabar "o que ficou inacabado". Há muito que defendo que a memória dessa luminosa manhã de liberdade deveria deixar de ser comemorada - pelo menos, assim -, como forma de preservar a sua dignidade. O passado é um país distante e a sua revisitação, a tentativa de reinventar um dia feliz vivido lá atrás, acaba sempre por ter um sabor amargo, a mofo.

Além de que esta sessão anual de lamúrias públicas não tem razão de ser: o 25 de Abril foi cumprido, tanto quanto o podia ser. Os três D foram cumpridos. Democratizámos, mas a democracia - numa nação que nunca teve a liberdade como o primeiro e absoluto dos valores - não é muito mais do que isto. Descolonizámos - tarde e mal, e mal porque tarde -, mas cumprimos o princípio essencial de devolver o que não era nosso e que só as circunstâncias históricas (sem dúvida motivo de orgulho) nos tinham provisoriamente confiado. E desenvolvemo-nos: sim, desenvolvemo-nos. Só quem não viveu ou não se lembra do que era o Portugal de 1974, só quem não viu, por exemplo, a série de programas de António Barreto na RTP, é que pode ainda ter dúvidas sobre isso. O Portugal de hoje não tem nada, rigorosamente nada, a ver com o Portugal do Estado Novo - miserável, ignorante, de mão estendida e espinha curvada. Acontece é que nunca estamos satisfeitos, achámos que a liberdade era o direito de tudo reclamar, todos os direitos sem nenhuns deveres, a Europa e o mundo fascinados a nossos pés, pagando eternamente pelo espectáculo da nossa liberdade e do cravo na lapela, e nós encostados aos subsídios e às facilidades sem termos de nos cansar. Hélas!, não é assim que se constroem as nações que vão à frente!

Podíamos, ao menos, ter-nos entendido, de uma vez por todas, sobre o essencial desse dia distante: a liberdade. Mas nem isso. Basta ver como, hoje ainda, os próprios militares de Abril estão divididos, para perceber como essa coisa aparentemente tão simples que é a ideia de liberdade continua a dividir uma nação que nunca, verdadeiramente, a amou, respeitou ou se bateu por ela. Na semana em que Otelo foi promovido a coronel, com efeitos retroactivos, Jaime Neves foi promovido a general, e a Associação dos Militares de Abril amuou por causa desta última. Não perceberam que o que aconteceu em determinado momento não pode ser apagado da história pelos momentos supervenientes, seja de que lado for: que a liberdade se ficou a dever, primeiro, a Salgueiro Maia e Otelo, e, depois, a Eanes e Jaime Neves.

O "bota-abaixo", como diz José Sócrates, é o que nós achamos de mais próximo à liberdade: poder dizer livremente mal de todos os 'políticos', depois de cinquenta anos em que ninguém se atrevia sequer a dizê-lo à própria sombra. Tornar o simples exercício do poder e a correspondente exposição pública uma oportunidade para o fartar vilanagem, que confundimos com coragem. Não digo, antes pelo contrário, que os políticos sejam melhores hoje do que eram há dez, vinte ou trinta anos: aqui, na Europa, no resto do planeta. Digo é que, quando acontece alguém chegar à política movido pelo sentido de serviço público e pela vontade de transformar as coisas, ele é tranquilamente cilindrado como os outros, com a leveza de um Vasco Lourenço discorrendo sobre o país ou de um qualquer 'corajoso', insultando, anónima e impunemente, nos blogues do mundo fácil de governar da net.

Não devíamos, assim, queixar-nos ou admirar-nos se os melhores desistem e se os piores regressam, no vazio criado. Para desgraça nossa - e com o nosso voto! -, Santana Lopes vai, muito provavelmente, regressar ao governo de Lisboa, depois de ter deixado a cidade e o país de pantanas. Mas quem quer verdadeiramente preocupar-se em escrutinar o que foi o seu desgoverno passado? As pessoas ficam-se pela espuma das coisas - o túnel do Marquês - e nem querem saber do resto, se o homem é apenas um genial mestre da sedução sem causa nobre. E a senhora que o escolheu - Manuela Ferreira Leite - desdenhou, para encabeçar a lista do PSD às europeias, alguém como Marques Mendes, dos raros que quiseram moralizar as coisas, pagou por isso e se afastou tranquilamente. Devíamos, sim, pensar que Paulo Rangel, o cabeça-de-lista do PSD às europeias, e Nuno Melo, o do PP, são dois excelentes deputados, dos poucos que fazem a diferença, e que os respectivos partidos afastam do Parlamento para esse doirado exílio europeu, onde habitam sumidades políticas como Edite Estrela ou Deus Pinheiro. Devíamos pensar, pior ainda, por que razão desistem eles próprios e tão rapidamente de uma batalha onde farão falta.

Já aqui escrevi, há quinze dias, sobre o que penso do caso Freeport e da posição em que ele coloca José Sócrates. Escrevi que, pessoalmente, acredito na sua inocência, mas não abdico de ver tudo esclarecido, sem margem para qualquer dúvida. O que eu não entendo é a leviandade de tudo isto: um homem é publicamente suspeito do pior dos crimes políticos e a coisa arrasta-se, meses, anos, em fogo lento, sem que ele seja ilibado ou acusado e tendo ainda de governar o país e enfrentar eleições sob esse peso. Não pode desistir, porque seria como que uma confissão de culpa; não pode continuar em igualdade de circunstâncias com os seus adversários políticos, porque há sempre essa terrível suspeita pendente sobre ele. Não pode ficar quieto e calado, porque alimenta as suspeitas; não se pode defender, porque é uma 'ameaça' e uma 'pressão'. O que pode um cidadão, que tem o azar de ser primeiro-ministro de Portugal, fazer num caso destes e enquanto espera que a Justiça cumpra o seu papel?

Há um tipo - que tem o mesmo apelido que eu e que escreve semanalmente no "DN", onde se especializou na ofensa fácil - que escreveu que Sócrates falar de moral é o mesmo que Cicciolina falar de virtude, ou coisa que o valha. O cidadão José Sócrates, sentindo-se ofendido (como qualquer um de nós se sentiria), põe um processo ao ofensor. Tem esse direito? Não: é o primeiro-ministro a intimidar um 'jornalista'. E o 'jornalista' vira mártir da liberdade de imprensa na praça pública. Fala-se em "ameaças intoleráveis", da liberdade em risco, da heróica e antiquíssima luta da imprensa contra o poder, do "jornalismo de investigação" contra as pressões políticas.

Liberdade? De imprensa? Ora, vão pastar caracóis para o Sara! Eles sabem lá o que é a liberdade! Sabem lá o que isso custa a ganhar!

Venha o 25 de Abril, sempre! Mas, por favor, não o comemorem nem o invoquem mais, antes que isto vire fantochada!

Bem, como se vê este texto não é meu, talvez falta de originalidade não ter escrito nada, mas concordei em grande parte com este texto, principalmente com o relacionamento que a população de agora tem com o passado 25 Abril e os seus conceitos de livre expressão e liberdade. Peço desculpa.

Resultados da Sondagem (Semana 2)

Sondagem sobre Preservativo vs Vaticano (achei por bem este título! )

Patrícia - 50%

Cristina - 25%

Ricardo e Marta - 12%

Cláudio - 0%


-> Abre então nova sondagem sobre a semana que passou !

sábado, 2 de maio de 2009

A Censura em Portugal

Cronologia:

1451 - É conhecido o primeiro vestígio de censura, D. Afonso V manda queimar as obras de John Wycliffe e de Jan Hus.
1536 - É iniciada uma censura regulada pelo Tribunal do Santo Ofício derivada da supremacia da Inquisição.
1768 - Criação do Regimento da Real Mesa Censória (Inspecção de bibliotecas e livrarias; eram proibidas ideias supersticiosas, ateias e hereges)
1787 - A censura começou a ser regulada pela Mesa da Comissão Geral sobre o Exame e Censura dos Livros (Jurisdição é alargada a todo o Império Português)
1793 - A Inquisição volta a sobrepôr-se no poder, restabelecendo-se a regulação à Mesa Censória
1822 - É estabelecida a liberdade de expressão
1823 - D. João VI restabelece a censura prévia, estabelecendo a necessidade de uma licensa régia para entrar no país, para regular a informação que entrava no território. Órgão regulador da Censura: Censura do Desembargo do Paço.
1826 - É restabelecida a liberdade de expressão na Carta Constitucional, no entanto continua a existir a monitorização da imprensa periódica através da Comissão de Censura.
1834 - A Censura prévia é abolida, mas está estipulado que existiram sanções para quem lesar a Religião Católica Romana, o Estado e, os bons costumes.
1866 - Abolição das cauções e sanções à imprensa periódica.
1896 - É estipulada a apreensão das formas de expressão que lesassem as instituições monárquicas.
1907 - João Franco proíbe a expressão que atente à ordem e à segurança pública.
1908 - D.Manuel II revoga a lei anterior mas mantém uma monitorização sobre a imprensa.
1910 - Implantação da República e a restituição da liberdade de expressão.
1912 - Devido à dificuldade de implementação do novo regime, o governo republicano impõe medidas de apreensão de publicações mediante os casos (Estava proíbida a Pornografia, o ultraje da instituição republicana e, a segurança do estado; incluíndo os de origem religiosa)
1926 - É permitida a crítica e discussão de assuntos políticos e sociais de modo a esclarecer e preparar a opnião para as reformas necessárias.
1933 - É estabelecida a liberdade de pensamento mas regulada por leis especiais (censura) na Constituição.
1976 - É instituída a liberdade de expressão, informação e imprensa.

Em 1933 é apresentada oficialmente a única justificação na história portuguesa para a aplicação da Censura, estando disposto no artigo 3º da Constituição da República como uma maneira de 'impedir a perversão da opinião pública na sua função de força social e deverá ser exercida por forma a defendê-la de todos os factores que a desorientem contra a verdade, a justiça, a moral, a boa administração e o bem comum, e a evitar que sejam atacados os princípios fundamentais da organização da sociedade'. Para o Governo estes conceitos eram definidos por si, isto porque Salazar acreditava que os indíviduos actuam em prol dos seus interesses individuais, enquanto que a sociedade deveria ser regulada apenas por um, o estipulado pelo Governo.

Tendo em consideração toda esta informação, o meu objectivo era só um: adaptar um acontecimento a um contexto abrangente. Para mim, a maior mudança foi a vitória pelo direito dos portugueses à liberdade de expressão. Não é uma questão de um regime ditatorial, mas de uma evolução, do fim de uma opressão que ocorria há séculos, que praticamente nunca deixou os portugueses expandir a sua capacidade crítica. Esse é o meu ponto de comemoração do 25 de Abril, que infelizmente vejo um Portugal inteiro a celebrá-lo, mas não a agradecê-lo. Uma luta tão prolongada deveria dar espaço a um aprofundamento ainda maior que qualquer outra sociedade da nossa capacidade crítica e intelectual. No entanto, vejo a crítica fácil, não fundamentada, palavras soltas decorrentes de um estado crónico de conformismo. Por isso, participo neste blog e, lamento a partida de dois elementos deste blog, e agradeço a futura colaboração de outros elemtnos, visto que este é um ponto de encontro que procura a evolução crítica, a discussão de pontos de vista, a nível social e político, uma barreira que os nossos antepassados passaram anos a tentar derrubar. E, apesar desta lamechice final, queria também mostrar um ponto muito importante, que é um erro comum, não foi Salazar que estabeleceu a censura, ela já vinha de muitos e muitos anos, mas a ignorância e mais uma vez, a crítica fácil são obstáculos à melhor compreensão e à nossa melhor actuação.

Por último, deixo um exemplo da marca do Lápis Azul, o instrumento português de censura.



sexta-feira, 1 de maio de 2009

Liberdade

Mais do que a passagem de um regime ditatorial para uma democracia, o 25 de Abril de 1974 simboliza o término de todas as mortes, torturas e prisões provocadas por leis sem sentido e praticadas por uma polícia secreta; o final de uma guerra sem sentido que nem devia ter começado por razões óbvias; a libertação de um povo reprimido.
Eu imagino o Estado Novo como imagino a Idade Média, num ambiente escuro, povo liderado por tiranos retrógrados e criminosos, sociedades baseadas na religião em que a ignorância é sagrada. Não podes dizer o que pensas, nem pensar o que pensas, porque simplesmente não pensas, segues.
Hoje em dia, jovens como nós que nasceram depois desta data, não têm noção das diferenças entre as duas épocas, mas temos a certeza que podemos levantar a nossa voz em protesto, temos a possibilidade de ser do contra, crítico, céptico em relação a tudo na nossa vida. Nós temos o direito à nossa liberdade, cada um usa-a como bem entender, é livre.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Revolução dos Cravos.


Não estive lá nesse dia, Mas a visualização que obtenho na minha mente, é a de um bando de comunas a gritar Liberdade rua fora.

Eu não sei até que ponto, esta liberdade "imposta", é boa.

(Digo "imposta", só para os senhores militares acharem que fizeram uma grande coisa. Isto porque não houve muita resistência por parte do Governo, em relação ao golpe de Estado.)


Continuando...

Eu também não vivi durante o Estado Novo, sob o poder de Salazar ou de Marcello Caetano, mas gostava de ter visto e tentar perceber porque é que as pessoas se queixam.


Tenho ideia que dantes era tudo mais calmo, as pessoas mais humildes. Não havia medo de sair à rua (a não ser aqueles que temessem algo), sempre houve crise, mas houve muitas melhorias nessa época.

Actualmente, é um perigo andar na rua, temos medo de encontrar, sem querer ofender ninguém, os tais pretos, brasileiros, ciganos, etc...

Mas pegando de novo no tema Liberdade, não sei até que ponto isto é bom.
Sim, toda a gente deve ter o direito de se expressar, mas infelizmente isto ou é 8 ou 80!
Isto que vemos não é Liberdade, é abuso.

Penso que o único ponto fraco dessa altura, era a não passagem de informação, mas afinal, a Religião Católica faz o mesmo, e ninguém a censura!

O 25 de Abril de 1974, veio mudar muita coisa. Criou uma euforia efémera, e também uma avalanche que nos levará serra abaixo, até que ficaremos enterrados.

Se calhar estou a ser demasiado dramática, mas acho que preferia, em vez de falar, apenas pensar mal, do que assistir ao que assisto hoje.
Ou então não. Não faço ideia.


Mas vá gente que se lembra disto uma vez por ano, a Liberdade é para sempre, não é?




(foto de Jorge Jacinto, o meu pai)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tinha eu 26 anos de idade, acabados de fazer

Tinha eu 26 anos de idade, acabados de fazer a 4 de Fevereiro passado, e a euforia durou exactamente 6 dias. A partir do Primeiro de Maio apercebi-me do rumo que as coisas iriam tomar: Portugal preparava-se para se esquerdizar, no verdadeiro sentido da palavra (esta palavra existe?), e eu não estava certo de que isso seria a melhor opção para mim e para os portugueses... Quer dizer, os portugueses agora eram todos a favor de tudo o que apoiasse a via do socialismo. O socialismo que vigorava em países como a URSS, Cuba ou a China. Nesse dia ía dar Direito Administrativo aos alunos do 2º. ano de Direito na FDUL. Como sempre, saí de casa às 7 horas em ponto (morava no Areeiro, num apartamento acabado de comprar) para chegar à Cidade Universitária às 7h20. Como sempre, ía estacionar o meu VW Fusca 1300 calmamente e chegar ao Auditório 5 15 minutos antes da aula começar. Mas nesse dia foi diferente. E apercebi-me disso no instante em que acordei. Olhei pela janela e vi uma coluna de militares a passar mesmo em frente ao meu apartamento. Decidi ficar em casa e ligar a telefonia. Às 7h30, no RCP, o MFA anunciava que estava a desencadear uma operação com vista a libertar Portugal do regime. Foi nesse momento que desci e acabei em frente ao quartel da Guarda, no Largo do Carmo, onde o Professor Marcello Caetano se rendeu.

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Não sei o que me passou pela cabeça em alinhar naquele festival anárquico e desfilar junto aos "libertadores da pátria", mas naquele momento lembrei-me de todas as alturas em que tive medo. A PIDE (e mais tarde a DGS) colocava sempre dois ou três moscas à porta da Faculdade (desviava o olhar deles e seguia cabisbaixo até à cantina, nos meus tempos de universitário) só para avisar a malta "do contra" que o Estado Novo estava ali a vigiá-los. Eu era um tipo discreto e que nunca me tinha metido em politiquices. Dois amigos meus chegaram a estar presos durante uma semana por promoverem um debate na Faculdade com o tema "colonialismo e opressão". E soube de um finalista que ficou sem duas unhas das maõs (depois de 5 meses no Tarrafal) por distribuir uns panfletos a apelar à mobilização dos estudantes contra os fascistas. Foi para a Guiné e de lá nunca mais voltou. E as coisas eram assim. Quanto a mim, sempre fui educado da melhor maneira. Os meus pais eram pró regime. E por que não? Ora, o meu pai sempre tinha sido um construtor bem sucedido. Na altura em que se construia de tudo em todo o lado, havia também luvas em todo o lado. E como em todo o lado havia Estado, luvas e Estado misturavam-se num frenesim de (quase) ilegalidade. O meu pai sabia onde empregar 20.000$00 e a quem os empregar. De modo que nunca me faltou nada. E eu tinha uma vida desafogada. Tinha sido um aluno exemplar e aos 23 anos, quando acabei o curso de Direito, fui convidado para ser assistente de um Professor chamado Oliveira dos Santos. Ía seguir a carreira académica. Dinheiro não era problema e a vida previa-se relativamente fácil para mim... Mas eu fui festejar. Era dia 25 de Abril de 1974. Eu agora era de esquerda.


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Hoje é dia 25 de Abril de 2009 e eu afirmo que a Revolução dos Cravos foi um erro. Quando o Professor Oliveira Salazar saiu de cena, o regime ficou fragilizado. E a abertura teria ocorrido naturalmente com o Professor Caetano. Mas tudo se precipitou para aquele momento. Uma onda de radicalismo atravessou a espinha de alguns militares, e tudo foi alastrando. Eu nunca fui a favor de radicalizações. E Portugal esquerdizou-se por completo: foram benefícios a torto e a direito para funcionários públicos (apesar de serem pouco produtivos), nacionalizações indiscriminadas, criação de uma máquina estatal pesada e pouco ágil e predominância de partidos de esquerda (como é possível, hoje em dia, um partido trotskysta ter mais representação que um democrata-cristão?). Apesar de achar que era péssimo viver com medo dos agentes do regime, acho que é horrível sair à rua e ter medo ao olhar para um conjunto de "portugueses" a passear-se pelas estações de comboio. Para que é que houve a Revolução? De certeza que não foi para haver dois partidos que lutam pela influência na esfera das grandes empresas. Grandes empresas, essas, que financiam campanhas a troco de favores. A liberdade de expressão é usada e abusada. A Polícia e a Guarda não são respeitadas. Por isso, a insegurança é um problema muito grave. Pretos, ciganos e brasileiros ocupam o meu país e naturalizam-se, misturando-se com os portugueses. Construções de subúrbios em forma de dormitório dão casa a toda a gente, alimentando um crescimento populacional desiquilibrado (o interior está deserto e as cidades sobrelotadas). Nunca houve alguém que desse dignidade a Portugal. Somos pobres, uns coitados. Dos mais pobres e miseráveis da Europa e uma vergonha para os portugueses. Entrámos na CEE para quê? Para nada. Apesar dos milhões e milhões de contos que entraram, nunca saimos do buraco. E, por falar em buraco, as contas públicas são uma vergonha. Défices atrás de défices e dívida que hipoteca o país.

Foi para isto que houve uma Revolução? Eu tenho uma resposta: NÃO! Mas já tenho 61 anos e vou agora para a reforma. Peço desculpa pelo tom que empreguei. A natureza das minhas palavras é proporcional à tristeza que sinto quando olho para o estado do meu país. Portugal é a minha pátria. E a minha pátria está podre.

José Carlos Sequeira
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